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O gesto que inflamou São Januário: Edmundo e a faísca que reacendeu o amor cruzmaltino

Cria da base, Edmundo já foi pivô de gesto fervoroso contra o Vasco da Gama

Edmundo, ex-atacante (Reprodução)
Edmundo, ex-atacante (Reprodução)

Hoje, completam-se 30 anos de uma das passagens mais decepcionantes de uma estrela em um grande clube brasileiro.


Em 1995, Edmundo trocava o Palmeiras pelo Flamengo em uma transferência que prometia abalar o futebol carioca — e abalou, mas de um jeito

inesperado.


O que parecia ser um passo rumo à consagração nacional se transformou em um dos capítulos mais conturbados da carreira do “Animal”.


E, curiosamente, também foi o início de uma das reconciliações mais marcantes entre ídolo e torcida.


Qual o contexto?


Era para ser apenas mais um clássico entre Vasco e Flamengo no Campeonato Carioca de 1995, mas aquele jogo entrou para a história por um motivo que ultrapassou o placar.


Vestindo a camisa rubro-negra, Edmundo — cria de São Januário — fez gestos obscenos

em direção à torcida vascaína.


A cena causou revolta imediata nas arquibancadas. O que antes era mágoa pela identificação com o rival virou indignação. O “Animal”, ídolo precoce

do clube, parecia ter cruzado uma linha sem volta.


Aquela imagem foi o ponto mais tenso de uma relação que começou como uma história de

amor.


Revelado pelo Vasco no início da década de 1990, Edmundo encantou a torcida com sua ousadia, técnica e personalidade marcante. Em 1995, já com passagem por Palmeiras e Parma, chegou ao Flamengo por cerca de 5 milhões de dólares, como parte do projeto do "Melhor Ataque do Mundo".


Ao lado de Romário e Sávio, formaria um trio que prometia fazer história. A diretoria rubro-negra, no entanto, já tinha suas dúvidas: o temperamento

explosivo de Edmundo podia ser um problema num elenco cheio de estrelas — e foi.


O rendimento dentro de campo ficou bem abaixo do esperado. Em 23 jogos, Edmundo marcou apenas nove gols, e o tão sonhado superataque não deslanchou.


Enquanto a torcida do Flamengo se frustrava, a do Vasco, mesmo ferida, observava de longe — talvez

sem saber que a reconexão não demoraria.


Em 1996, Edmundo voltou para casa e foi em

casa que ele viveu sua redenção: liderou o Vasco ao título brasileiro de 1997, com 29 gols

em 28 jogos, e transformou a desconfiança em idolatria definitiva.


Hoje, aquele gesto de 1995 não dói mais. Pelo contrário: é lembrado como o estopim que levou Edmundo a se reencontrar com suas raízes.


A breve passagem pelo rival só serviu para reafirmar o óbvio — o coração do Animal sempre foi cruzmaltino.


E foi no Vasco que ele escreveu, com garra e gols, seu nome na história.

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